FELIZ 2011

 

Janeiro de 2010 - 2009 tinha acabado com uma viagem de fim de ano cancelada, uma mãe no hospital e uma inversão de marcha num caminho que pensava ser certo, temos um ele que pensamos ser parte de um nós. O ano começa com festas de crianças, cortinados a servirem de guardanapo e uma dor de cabeça tremenda. Segue-se uma mononucleose na filha mais nova e uma tentativa de gestão do que por vezes não consegue ser vivido.

 

Fevereiro de 2010 – A balança acusa peso a mais, mas a gula supera a vaidade.

 

Março de 2010 – Mês de 40+1, de vontades de planos e de certezas. A casa está a precisar de obras mas a vontade falta e os adiamentos são sucessivos. A mãe foi internada novamente e o que pensávamos estar resolvido  passou a nova preocupação.

 

Abril de 2010 -  O tempo para escrever é mínimo, surgem as primeiras duvidas de uma vida que pensávamos estar definida. Aliamos as lágrimas ao cansaço e tiramos férias para ficar em casa o que como seria de esperar foi pior a emenda do que o soneto.

 

Maio de 2010 – Os canos continuam entupidos, a gaveta desfalecida, os candeeiros tortos e os sofás comidos, mas estamos bem achamos que estamos bem.

 

Junho de 2010 – Como não somos de grandes hesitações inscrevemo-nos em Psicologia e avançamos sem medos. Como não há uma sem duas inscrevemo-nos naquilo que nos seduz e já agora tiramos um curso de PNL. Fazem-se malas para as férias e ruma-se a um aldeamento onde os rostos são conhecidos e o descanso prometido.

 

Julho de 2010 – Somos muitos, muitos mesmos. Os dias alternam-se entre piscina e miúdos. Os miúdos andam para cima e para baixo entre exames e concertos. Os sentimentos confundem-se as duvidas surgem e eu prometo-me que temos de ter uma conversa Eu e EU.

 

Agosto de 2010 – Em Agosto tivemos a apanha da pêra, a casa cheia e um vai e vem a por qualquer um a andar à roda. Tivemos o despejar quartos, escolher brinquedos, e preparar-nos para as obras … as minhas queridas obras. Começo a ponderar a necessidade de mais receitas numa família onde as despesas são enormes.

 

Setembro de 2010 – Surge o artitudes, fomos aos supertramp, iniciamos o curso de PNL e iniciamos as aulas. Cresce a lista do que queremos fazer cá por casa, o orçamento é mais que muito mas mais uma vez tenho a certeza de que vou conseguir. Afinal de contas consigo sempre.

 

Outubro de 2010 – O filho vai e vem da Polónia, retomam-se as rotinas de aulas  e as obras continuam, temos paredes deitadas a baixo, temos pó, temos chão novo e temos pó. As miúdas avançam para as aulas de música e acaba-se o sossego. O meu quarto está transformado em arrecadação e eu respiro fundo muito fundo.

 

Novembro de 2011 – Entre batuques e pó começam os trabalhos decisivos para exames, meto o estatuto de trabalhador estudante e avanço com a força toda. Afinal, já não estudamos há uns anitos e se é para fazer que seja tudo como deve ser. As encomendas dos gorros e cachecóis são mais que muitas e o sono esse é mais que muito. Acaba-se o que um dia começou. Voltamos a ser 4  porque só estamos onde nos sentimos bem. Acabam as obras, compram-se as mobílias e eu babo diariamente a olhar para o resultado. Falta a cozinha mas essa fica para o ano o homem das obras vai ser pai e não tinha mais tempo.

 

Dezembro de 2011 – Temos Psicologia, temos PNL, temos constelações, temos tricot e muita encomenda, temos filhos, temos casa e temos gatos, temos amigos, temos família e temos muito pouco tempo para algumas coisas que vão ficando para trás.

 

Se podia ter sido diferente? Poder podia mas assim não seria Eu, como todos me conhecem : muito mãe, muito mulher , mas sobretudo Eu mesma.

publicado por Marta às 11:04