Longe vão os Tempos
Longe vão os tempos em que passava noites em claro a mudar fraldas, dar biberão ou somente a acalmar alguma das crianças de um pesadelo que tenha tido. Longe vão os tempos em que pé ante pé, eles se deslocavam durante a noite para a minha cama e se deitavam muito silenciosos. Longe vão os tempos em que nos pediam colo insistentemente, choravam na primeira queda e se enroscavam em nós logo que o sono chegava. Longe vão os tempos do pai natal, da fada dentinho e de todas as outras personagens que reinaram a imaginação deles e por consequência a minha.
Hoje passo algumas noites em claro à espera que o telefone toque e que me digam “mãe podes vir-me buscar”. Hoje deslocam-se pé ante pé e dizem-me “mãe achas que amanhã posso …”. Hoje continuam os abraços mas perdeu-se o colo, partilham-se risadas entre cumplicidades enraizadas por uma convivência permanente. Hoje o imaginário encheu-se de projectos, de verdades absolutas, de certezas com permanência duvidosa, mas, sobretudo, de quereres e vontades.
Quase que me apetece recuar no tempo e aproveitar mais um bocadinho !!!!!!!!!!!!!!!!!