Fora de Tempo

Não gosto de contabilidade, não gosto de fazer contas nem tão pouco de fazer medições. Sou mais de letras do que de números. Sou, sem sombra de duvidas, mais de sentimentos do que de pensamentos. Possível treinarmo-nos e educarmo-nos mas impossível lutarmos contra o que sentimos. Impossível contabilizar a quantidade de pessoas com quem me cruzei e que se cruzaram comigo, impossível contabilizar pessoas mas possível contabilizar o que me fizeram sentir. Impossível contabilizar momentos mas possível revivê-los e senti-los.

 

Existem pessoas que ficaram para a vida e existem aquelas que, como eu gosto de dizer, são pessoas para a vida mesmo que nunca mais as encontre.

 

Quando tomamos decisões importantes esquecemo-nos de nos preparar para elas e ainda bem que assim é porque se nos preparássemos há decisões que nunca tomaríamos. Os estilos de vida alteram-se e as rotinas também. As pessoas transformam-se e tu consequentemente vais amadurecendo de forma normal.

 

Nos primeiros momentos iludes-te, desiludes-te e por muito que vejas a luz ao fundo do túnel por vezes a viagem torna-se demasiado difícil. Traças objectivos mas não tens força para os atingires e acomodas-te sem perceberes que foi mesmo por isso que tomaste a decisão. Encontras-te pessoas certas fora de tempo e pessoas erradas para as quais deixas de ter tempo.

 

Caminhas sempre sem dúvidas e diariamente com mais certezas que estás onde queres estar. Mais tarde descobres que o tempo não só te ensina como te acalma. Cresces, amadureces e sentes-te feliz contigo mesma e a partir daí as coisas correm sobre rodas.

 

No fundo pensas como seria se mas acabas por ter a certeza que estavas não só fora de tempo como sem tempo. Depois, o coração aperta e o estômago retrai-se, recordas e sorris porque aquela pessoa para a vida fez com que te tornasses numa pessoa com vida.

publicado por Marta às 00:05