Quarta-feira , 23 de Fevereiro DE 2011

Da'lma

Conta-se que existem dois mundos. Conta-se que um dia se descobrem os segredos de um mundo de sentires. Abrem-se se os cofres das almas. Soltam-se as cúmplices com promessas de reencontros. Abraçam-se numa despedida e assumem-se missões. Só no crescer existe reencontro. Munem-se de vontades e partem para um mundo terrestre. Esqueçam as memórias num mundo de sentires. Nasce-se, cresce-se a aprende-se. Busca-se um olhar e sente-se no tocar.

 

Cresce-se num mundo de fantasia. Balança-se ao som de histórias de encantar. Dança-se ao som de músicas felizes. Queremos ser fadas de um reencontro, princesas de uma vida e felizes para sempre para todo o sempre. Acredita-se no príncipe encantado e constroem-se castelos de areia desfeitos por lágrimas de desilusão. Permite-se sonhar sabendo que se corre o risco de se permitir chorar.

 

Dá-se o meu primeiro beijo na inocência do primeiro amor. Alternam-se sentires como se alternam escolhas. Somos novos no caminhar e corajosos no sentir. Queremos tudo e queremos agora. Incompreendidos nos humores e apaixonados no todo.

 

Beijos ferozes, toques ofegantes e palavras feitas ou mesmo palavras nenhumas. Unem-se os corpos apressados em gestos desajeitados. Seduzem-se os sentidos e saciam-se as vontades. Vontades porque é de vontades que se trata. Segue-se um silêncio incómodo. Incomoda sempre o que não se sente.

 

Nega-se ao incómodo e sente-se ridícula no seu querer. Colam-se etiquetas de desagrado. Soltam-se lágrimas de insucessos. Mas acredita-se. Acredita-se sempre que um dia talvez um dia. Procura-se incessantemente aquilo que se deve encontrar. Forçam-se relações e partilhas, torna-se cúmplice, aquilo que nunca o foi.

 

Sonha. Suspira e cansa-se de procurar. Acredita no sentir e sente no acreditar. Assume a solidão dos outros como a companhia dela própria. Cuida-se de amores, mune-se de carinhos e deixa-se ficar. Um dia talvez um dia.

 

Diz-lhe que a quer enquanto a beija. Olham-se nos olhos e soltam-se as roupas de forma ordenada sem ordem nenhuma. Sussurram repetidamente o que sentem. Tocam-se com vontade e sentem-se com verdade. Fundem-se os corpos na cumplicidade de um querer e na partilha de um desejo. São um do outro num movimento perfeito. Segue-se um silêncio partilhado numa mão entrelaçada que não se quer soltar.

 

Transformam-se quereres, vontades e atribuem-se novos significados. Gosta-se do silêncio do olhar. Gosta-se da timidez de um gesto gosta-se apenas por gostar. Não se explica,  sente-se apenas!!!! Cuida-se, mima-se e protege-se.

 

Caminha firmemente. Pensa que desejos sentidos fazem desejos permitidos. Sorte dos que permitem que se toquem as almas . Sorte dos que se permitem sentir.

 

Historia de ficção escrita para a Fabrica de Historias

publicado por Marta às 12:36
Sábado , 19 de Fevereiro DE 2011

Dança

Preguiça o corpo num leito desfeito. Fascinante, os primeiros minutos de um despertar de sonho. Preguiça o corpo e espreguiça-se a alma. Interessante, os primeiros pensamentos. Flashes de quem gosta, sorrisos e suspiros mais ou menos fundos. Lembranças de um ontem que lhe alegram um hoje. Carinho sempre com muito carinho.

 

Balanço o corpo. Apetece-me levantar e dançar. Não o faço apenas porque é complicado escrever enquanto danço. Prefiro deixar que o alfabeto convide as vogais para um balançar de corpos a dois. Dancem as letras enquanto o meu corpo se limita a observar. Que comece a dança de palavras ao ritmo de pensamentos soltos.

 

Soltam-se os números num desafio às letras. Fazem-se médias e somatórios. Juntam-se à dança parágrafos soltos, somas sentidas e divisões de vida. Multiplicam-se passos mais ou menos alinhados. Diminuem-se medos e equacionam-se ritmos mais ou menos complicados. Avançam as interrogações e os pontos finais. Correm os parênteses, as vírgulas e as exclamações. Formam-se as filas dos acentos perfeitos. Agora sim. O bailado está completo.

 

Reconhece-se nos elogios matinais e nas gargalhadas sentidas. Sente-se no jogo de palavras e diverte-se na timidez atrevida. Soltam-se vontades pensadas e desejos velados. Pensa-se em segredo e revela-se no silêncio. Quer um todo que não seja a mera soma das partes. Quer uma parte que não seja um mero acaso de vida.

 

PS: Finalmente aprendi o verdadeiro significado do não  

publicado por Marta às 15:06
Sexta-feira , 18 de Fevereiro DE 2011

Noticias à minha medida

Sentem-se os que me seguem há uns tempos, instalem-se os que me tratam por tu e cheguem-se à frente os que aqui chegaram sem saber porquê (poderia dissertar sobre isso mas sinceramente não me apetece). Que alguém ligue os focos de luzes na minha direcção. Coloque-se uma música ambiente romântica. Que rufem os tambores porque é de tambores que se trata. Mudámos o tema do programa e mudámos de genérico. Não ainda não é hoje o dia … essa festa será mais tarde. Fazemos hoje a introdução mas só hoje porque o discurso fica por aqui. Atentem-se os mais distraídos, não se desiludam os mais iludidos e aos que já perceberam aqui fica a confirmação. Sim porque por aqui e por ali não queremos enganar ninguem.

 

Esta semana falemos do cá por casa sem datas porque existem coisas que não devem ser datadas. Acabaram-se as coisas organizadas por gavetas. Permito-me que se desarrumem ideias e se troquem horários. Deixo-me de rigidez forçada e aceito uma sentida rebelião. Soltem-se as amarras e solta-se o meu ser. Cansa-me o que não me cansava. Sinto-me prestes a rasgar o meu manual e a reescrevê-lo de uma só vez. Escondo o comando porque quero outros programas, outras personagens e outro argumento. Cansei-me dos que me tentam dissecar preenchendo check-list universais. Verificam-se os limites e os encaixes são imperfeitos. Só podiam ser imperfeitos. Errado pedirem-me para preencher requisitos que são tudo menos eu. Ideias pre-concebidas incomodam-me, conceitos fechados atrofiam-me e contextos definidos ao pormenor condicionam-me. Perdoem-me mas agora é a minha vez.

 

Falemos do meu lado Julieta e do meu lado Cruela Cruel. Sou uma espécie de uma em duas de perfeições imperfeitas. Oscilo entre a doçura e a distância. Entre as paixões sentidas e as paixões repelidas. Tenho palavras de mel e outras de fel. Permito-me sentir mas também me permito apenas ao que quero, com quem quero e onde quero. Perdoem-me os mais ousados mas as escolhas são minhas. Beijo mas também mordo. Sorrio mas também rosno. Sou de boa essência mas não sou boazinha.

 

Gosto das cores fortes de vida mas possuo os guaches de todas as cores. Abrilhanto-me nuns amores vividos (meus e dos outros), faço vénia a abraços apertados, aplaudo beijos demorados e derreto-me em sorrisos sentidos. Permitam-me viver assim como sou que eu talvez permita que me leiam. 

 

Eu? Continuo assim muito mãe , muito mulher e agora sim EU MESMA.

 

PS: Um dia verifico o tamanho da coluna de jacuzi e não levo com os jactos nos olhos ;)

publicado por Marta às 12:37
Quarta-feira , 16 de Fevereiro DE 2011

PS: O que me apetece dizer

 

Conta-se que só digo o que penso mas a verdade é que penso mais o que não digo. Complicados os dois em um ou o um de dois. Gestos trocados, toques simulados, conversas trocadas e promessas veladas. Quero-te “prontos” já disse. Quero-te de uma forma diferente. Quero-te com sentido e para ser honesta quero-te sentir.

 

Gosto do som da chuva a bater no asfalto O cheiro a terra molhada transporta-me para outros tempos. As estrelas brincam ás escondidas entre as nuvens enquanto iluminam o meu passeio. Recordo-me do último desejo que pedi a uma estrela cadente “quero uma estrela só para mim”. Interessante aquilo que conseguimos apenas porque acreditamos. Caminho para onde quero ir mas a minha memória recua para onde quero estar. Memória, pensamento, vontade e dever.

 

Se pudesse trazia-te sempre comigo. Pensando bem, ultimamente, trago-te sempre comigo. Mas isso acabei por te confessar. Inexplicavelmente não me saias da mente mas hoje não me sais do corpo. Trago-te na pele, no cheiro e no desejo. Na pele, retenho o toque suave. Gostei da forma do teu toque. Acho que não te cheguei a dizer isso. Gosto da forma como me pedes para ser tua. Entre sussurros teus que se confundem com gemidos meus. Gosto como nos encontramos nos beijos e nos fundimos nos abraços. Tremenda a dificuldade em deixar-te, fascinante o que me fazes sentir.

 

Sempre gostei do ar frio das noites de Inverno. Enquanto caminho ouço as vozes de quem habita nas casas pelas quais vou passando. Numas casas grita-se, noutras fala-se e noutras ouvem-se risos. Uso da minha criatividade para imaginar o que se passa nesta ou naquela. Ouço ao fundo lengas lengas de crianças e na minha imaginação começa a ecoar “pico-pico saranico quem te deu tamanho bico”. Recordo a tia e as horas que passámos juntas a repetir as mesmas palavras. Recordo o tio e a tia e a paixão que os uniu. Foram eles que me fizeram acreditar no amor. Agradáveis estes dias em que a chuva cai de forma ritmada.

 

Salto de pensamento em pensamento mas invariavelmente volto a ti e ao que me fizeste sentir. Ao olhar a cama vazia desejo que estejas ali ao meu lado. Apetece-me um abraço forte, um beijo mimado e um sentir dos teus. Suspiro de saudade imensa e de uma vontade que ficou suspensa no tempo. O tempo só o tempo …

 

Adormeço nos teus braços porque me cansei do Morfeu. Alinho a minha respiração á tua entrelaço os teus dedos nos meus e enquanto vejo o teu sorriso apetece-me dizer:

 

 

PS: Um dia sou capaz de me apaixonar por ti!!!!

Marta

 

Texto de ficção escrito para a Fábrica de Histórias

publicado por Marta às 16:28
Sábado , 05 de Fevereiro DE 2011

Noticias em Forma de Post

Hoje dia 5 de Fevereiro de 2011 o mundo gira de uma forma mais ou menos precária. Lá por fora e cá dentro não sei o que se passa com exactidão. Os únicos rumores são de um Egipto a ferro e fogo e de umas novas regras sobre o IRS. De resto, sinto-me desinformada já que de desinteressada tenho muito pouco.

 

Sem notícias dos outros restam as noticias cá de casa. E cá por casa o sofá continua a resistir aos gatos, a torneira continua a pingar e os vizinhos a berrarem. Cá por casa apaixonei-me. Apaixonei-me ainda mais por quem sou, por quem está ao meu lado e por tudo o que tenho concretizado. Cá por casa estou cada vez rodeada de pessoas interessantes, bem dispostas e cujo propósito é seguir em frente. Cá por casa estou a mudar de caminho e de interesses. Alteram-se vontades. Traçam-se objectivos e quero muito e quero sempre mais. Cá por casa estamos bem, estamos felizes e estamos em exames. Falta-nos a escrita por impulso mas somos cada vez mais impulso na vida.

 

Eu? Continuo assim, muito mãe, muito mulher mas sobretudo Eu mesma.

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publicado por Marta às 22:47

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