Noticias à minha medida

Sentem-se os que me seguem há uns tempos, instalem-se os que me tratam por tu e cheguem-se à frente os que aqui chegaram sem saber porquê (poderia dissertar sobre isso mas sinceramente não me apetece). Que alguém ligue os focos de luzes na minha direcção. Coloque-se uma música ambiente romântica. Que rufem os tambores porque é de tambores que se trata. Mudámos o tema do programa e mudámos de genérico. Não ainda não é hoje o dia … essa festa será mais tarde. Fazemos hoje a introdução mas só hoje porque o discurso fica por aqui. Atentem-se os mais distraídos, não se desiludam os mais iludidos e aos que já perceberam aqui fica a confirmação. Sim porque por aqui e por ali não queremos enganar ninguem.

 

Esta semana falemos do cá por casa sem datas porque existem coisas que não devem ser datadas. Acabaram-se as coisas organizadas por gavetas. Permito-me que se desarrumem ideias e se troquem horários. Deixo-me de rigidez forçada e aceito uma sentida rebelião. Soltem-se as amarras e solta-se o meu ser. Cansa-me o que não me cansava. Sinto-me prestes a rasgar o meu manual e a reescrevê-lo de uma só vez. Escondo o comando porque quero outros programas, outras personagens e outro argumento. Cansei-me dos que me tentam dissecar preenchendo check-list universais. Verificam-se os limites e os encaixes são imperfeitos. Só podiam ser imperfeitos. Errado pedirem-me para preencher requisitos que são tudo menos eu. Ideias pre-concebidas incomodam-me, conceitos fechados atrofiam-me e contextos definidos ao pormenor condicionam-me. Perdoem-me mas agora é a minha vez.

 

Falemos do meu lado Julieta e do meu lado Cruela Cruel. Sou uma espécie de uma em duas de perfeições imperfeitas. Oscilo entre a doçura e a distância. Entre as paixões sentidas e as paixões repelidas. Tenho palavras de mel e outras de fel. Permito-me sentir mas também me permito apenas ao que quero, com quem quero e onde quero. Perdoem-me os mais ousados mas as escolhas são minhas. Beijo mas também mordo. Sorrio mas também rosno. Sou de boa essência mas não sou boazinha.

 

Gosto das cores fortes de vida mas possuo os guaches de todas as cores. Abrilhanto-me nuns amores vividos (meus e dos outros), faço vénia a abraços apertados, aplaudo beijos demorados e derreto-me em sorrisos sentidos. Permitam-me viver assim como sou que eu talvez permita que me leiam. 

 

Eu? Continuo assim muito mãe , muito mulher e agora sim EU MESMA.

 

PS: Um dia verifico o tamanho da coluna de jacuzi e não levo com os jactos nos olhos ;)

publicado por Marta às 12:37