Sábado , 19 de Fevereiro DE 2011

Dança

Preguiça o corpo num leito desfeito. Fascinante, os primeiros minutos de um despertar de sonho. Preguiça o corpo e espreguiça-se a alma. Interessante, os primeiros pensamentos. Flashes de quem gosta, sorrisos e suspiros mais ou menos fundos. Lembranças de um ontem que lhe alegram um hoje. Carinho sempre com muito carinho.

 

Balanço o corpo. Apetece-me levantar e dançar. Não o faço apenas porque é complicado escrever enquanto danço. Prefiro deixar que o alfabeto convide as vogais para um balançar de corpos a dois. Dancem as letras enquanto o meu corpo se limita a observar. Que comece a dança de palavras ao ritmo de pensamentos soltos.

 

Soltam-se os números num desafio às letras. Fazem-se médias e somatórios. Juntam-se à dança parágrafos soltos, somas sentidas e divisões de vida. Multiplicam-se passos mais ou menos alinhados. Diminuem-se medos e equacionam-se ritmos mais ou menos complicados. Avançam as interrogações e os pontos finais. Correm os parênteses, as vírgulas e as exclamações. Formam-se as filas dos acentos perfeitos. Agora sim. O bailado está completo.

 

Reconhece-se nos elogios matinais e nas gargalhadas sentidas. Sente-se no jogo de palavras e diverte-se na timidez atrevida. Soltam-se vontades pensadas e desejos velados. Pensa-se em segredo e revela-se no silêncio. Quer um todo que não seja a mera soma das partes. Quer uma parte que não seja um mero acaso de vida.

 

PS: Finalmente aprendi o verdadeiro significado do não  

publicado por Marta às 15:06
Sexta-feira , 18 de Fevereiro DE 2011

Noticias à minha medida

Sentem-se os que me seguem há uns tempos, instalem-se os que me tratam por tu e cheguem-se à frente os que aqui chegaram sem saber porquê (poderia dissertar sobre isso mas sinceramente não me apetece). Que alguém ligue os focos de luzes na minha direcção. Coloque-se uma música ambiente romântica. Que rufem os tambores porque é de tambores que se trata. Mudámos o tema do programa e mudámos de genérico. Não ainda não é hoje o dia … essa festa será mais tarde. Fazemos hoje a introdução mas só hoje porque o discurso fica por aqui. Atentem-se os mais distraídos, não se desiludam os mais iludidos e aos que já perceberam aqui fica a confirmação. Sim porque por aqui e por ali não queremos enganar ninguem.

 

Esta semana falemos do cá por casa sem datas porque existem coisas que não devem ser datadas. Acabaram-se as coisas organizadas por gavetas. Permito-me que se desarrumem ideias e se troquem horários. Deixo-me de rigidez forçada e aceito uma sentida rebelião. Soltem-se as amarras e solta-se o meu ser. Cansa-me o que não me cansava. Sinto-me prestes a rasgar o meu manual e a reescrevê-lo de uma só vez. Escondo o comando porque quero outros programas, outras personagens e outro argumento. Cansei-me dos que me tentam dissecar preenchendo check-list universais. Verificam-se os limites e os encaixes são imperfeitos. Só podiam ser imperfeitos. Errado pedirem-me para preencher requisitos que são tudo menos eu. Ideias pre-concebidas incomodam-me, conceitos fechados atrofiam-me e contextos definidos ao pormenor condicionam-me. Perdoem-me mas agora é a minha vez.

 

Falemos do meu lado Julieta e do meu lado Cruela Cruel. Sou uma espécie de uma em duas de perfeições imperfeitas. Oscilo entre a doçura e a distância. Entre as paixões sentidas e as paixões repelidas. Tenho palavras de mel e outras de fel. Permito-me sentir mas também me permito apenas ao que quero, com quem quero e onde quero. Perdoem-me os mais ousados mas as escolhas são minhas. Beijo mas também mordo. Sorrio mas também rosno. Sou de boa essência mas não sou boazinha.

 

Gosto das cores fortes de vida mas possuo os guaches de todas as cores. Abrilhanto-me nuns amores vividos (meus e dos outros), faço vénia a abraços apertados, aplaudo beijos demorados e derreto-me em sorrisos sentidos. Permitam-me viver assim como sou que eu talvez permita que me leiam. 

 

Eu? Continuo assim muito mãe , muito mulher e agora sim EU MESMA.

 

PS: Um dia verifico o tamanho da coluna de jacuzi e não levo com os jactos nos olhos ;)

publicado por Marta às 12:37
Quarta-feira , 16 de Fevereiro DE 2011

PS: O que me apetece dizer

 

Conta-se que só digo o que penso mas a verdade é que penso mais o que não digo. Complicados os dois em um ou o um de dois. Gestos trocados, toques simulados, conversas trocadas e promessas veladas. Quero-te “prontos” já disse. Quero-te de uma forma diferente. Quero-te com sentido e para ser honesta quero-te sentir.

 

Gosto do som da chuva a bater no asfalto O cheiro a terra molhada transporta-me para outros tempos. As estrelas brincam ás escondidas entre as nuvens enquanto iluminam o meu passeio. Recordo-me do último desejo que pedi a uma estrela cadente “quero uma estrela só para mim”. Interessante aquilo que conseguimos apenas porque acreditamos. Caminho para onde quero ir mas a minha memória recua para onde quero estar. Memória, pensamento, vontade e dever.

 

Se pudesse trazia-te sempre comigo. Pensando bem, ultimamente, trago-te sempre comigo. Mas isso acabei por te confessar. Inexplicavelmente não me saias da mente mas hoje não me sais do corpo. Trago-te na pele, no cheiro e no desejo. Na pele, retenho o toque suave. Gostei da forma do teu toque. Acho que não te cheguei a dizer isso. Gosto da forma como me pedes para ser tua. Entre sussurros teus que se confundem com gemidos meus. Gosto como nos encontramos nos beijos e nos fundimos nos abraços. Tremenda a dificuldade em deixar-te, fascinante o que me fazes sentir.

 

Sempre gostei do ar frio das noites de Inverno. Enquanto caminho ouço as vozes de quem habita nas casas pelas quais vou passando. Numas casas grita-se, noutras fala-se e noutras ouvem-se risos. Uso da minha criatividade para imaginar o que se passa nesta ou naquela. Ouço ao fundo lengas lengas de crianças e na minha imaginação começa a ecoar “pico-pico saranico quem te deu tamanho bico”. Recordo a tia e as horas que passámos juntas a repetir as mesmas palavras. Recordo o tio e a tia e a paixão que os uniu. Foram eles que me fizeram acreditar no amor. Agradáveis estes dias em que a chuva cai de forma ritmada.

 

Salto de pensamento em pensamento mas invariavelmente volto a ti e ao que me fizeste sentir. Ao olhar a cama vazia desejo que estejas ali ao meu lado. Apetece-me um abraço forte, um beijo mimado e um sentir dos teus. Suspiro de saudade imensa e de uma vontade que ficou suspensa no tempo. O tempo só o tempo …

 

Adormeço nos teus braços porque me cansei do Morfeu. Alinho a minha respiração á tua entrelaço os teus dedos nos meus e enquanto vejo o teu sorriso apetece-me dizer:

 

 

PS: Um dia sou capaz de me apaixonar por ti!!!!

Marta

 

Texto de ficção escrito para a Fábrica de Histórias

publicado por Marta às 16:28
Sábado , 05 de Fevereiro DE 2011

Noticias em Forma de Post

Hoje dia 5 de Fevereiro de 2011 o mundo gira de uma forma mais ou menos precária. Lá por fora e cá dentro não sei o que se passa com exactidão. Os únicos rumores são de um Egipto a ferro e fogo e de umas novas regras sobre o IRS. De resto, sinto-me desinformada já que de desinteressada tenho muito pouco.

 

Sem notícias dos outros restam as noticias cá de casa. E cá por casa o sofá continua a resistir aos gatos, a torneira continua a pingar e os vizinhos a berrarem. Cá por casa apaixonei-me. Apaixonei-me ainda mais por quem sou, por quem está ao meu lado e por tudo o que tenho concretizado. Cá por casa estou cada vez rodeada de pessoas interessantes, bem dispostas e cujo propósito é seguir em frente. Cá por casa estou a mudar de caminho e de interesses. Alteram-se vontades. Traçam-se objectivos e quero muito e quero sempre mais. Cá por casa estamos bem, estamos felizes e estamos em exames. Falta-nos a escrita por impulso mas somos cada vez mais impulso na vida.

 

Eu? Continuo assim, muito mãe, muito mulher mas sobretudo Eu mesma.

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publicado por Marta às 22:47
Quarta-feira , 19 de Janeiro DE 2011

Amor é

 

 

Quando nos permitimos sentir. Quando as emoções vencem a razão e quando um dia nos entregarmos sem medos.  Quando nos apetece gritar aos sete ventos o quanto queremos sem pensar-mos nos comos nem nos porquês. Quando passeamos à beira mar sem nos importarmos com as ondas, quando o riso não atrapalha e o sorriso nos embala.  Amor é dizer que não existem palavras no mundo para descrever o que se sente por muito piroso que isso possa parecer.

 

Eu? Continuo assim ... muito mãe, muito romântica, muito mulher mas Sobretudo Eu mesma

publicado por Marta às 22:04
Sexta-feira , 14 de Janeiro DE 2011

Noticias em Forma de Post

Hoje dia 14 de Janeiro de 2011 o mundo gira lá por fora quer o Brasil quer a Austrália sofrem com as chuvas e o papa João Paulo II vai ser beatificado dia 1 de Maio.

 

Cá por dentro soa-me a Presidenciais, ofensas e descobrir de podres uns dos outros. Depois soa-me a crise, desemprego, fome envergonhada e desespero disfarçado. Soa-me a um primeiro-ministro utópico e a um país incrédulo. Depois soa-me com tristeza a nossa capacidade de desrespeitar o ser humano como tal. Soa-me a um crime horrendo onde nos devíamos lembrar que os protagonistas têm familiares e amigos e onde o respeito pelo ser humano devia ser uma realidade e uma certeza. Cá por casa não sabemos bem como andamos. Flutuamos entre ideias e projectos, descansamos quando não devíamos descansar, duvidamos do que devíamos acreditar e acreditamos naquilo em que devíamos duvidar.

 

Cá por casa sentimos a necessidade de começar realizar aquilo pelo que temos estado a lutar, sentimos necessidade de descanso mas ao mesmo tempo sentimos uma agitação constante. Cá por casa atrasamo-nos nos estudos em prole da reflexão e da interiorização do que precisa ser interiorizado.

 

EU? Embora não nos meus dias continuo assim muito mãe, muito mulher mas sobretudo Eu mesma.

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publicado por Marta às 12:55
Quinta-feira , 06 de Janeiro DE 2011

Entre amigos

Com as amigas as conversas giram à volta de projectos, cabelos, compras e lojas. Acrescentamos o ultimo livro que lemos e as ultimas travessuras dos filhos. Com as amigas programamos a próxima viagem e recordamos a ultima. Rimos com saudades e recordamos verdades.

 

Com os amigos falo de emoções, dos projectos e de sentimentos. Estranhamente sinto-me mais à vontade numa análise menos emotiva e mais activa. Com os amigos afirmo que tenho o bolo pronto, que a cobertura está onde devia estar mas que por vezes sinto falta da cereja .. a tal cereja em cima do bolo. E como se trata de amigo levo como resposta : vê lá se não te calha uma daquelas cerejas engelhadas

publicado por Marta às 18:24
Quarta-feira , 05 de Janeiro DE 2011

Noticias em Forma de Post

Hoje dia 5 de Janeiro de 2011 o mundo gira e lá por fora tivemos uns aeroportos congelados, umas pessoas a não poderem viajar e uns certos filmes a serem nomeados para piores filmes, tivemos uns tumultos aqui e ali, mais umas cheias na austrália.

 

Cá por dentro temos os candidatos às presidenciais a chatearem-se uns aos outros e consequentemente a chatearem-nos a nós. Temos um inicio de ano onde a crise já o é antres do ser porque os avisos foram tantos que mesmo que não existisse acreditavamos nela. Temos as festas, a bolsa de voluntariado para 2011 alargada e a certeza de que apesar de tudo somos um país pequeno com um coração enorme.

 

Cá por casa acabaram-se as primeiras obras mas já se planeiam as segundas, estuda-se noite dentro e recordam-se outros tempos. Cá por casa acabei de constatar que num prazo de um mês tenho 5 exames e 2 fins de semana de formação. Cá por casa acabaram-se os candeeiros tortos, os sofás comidos, os canos entupidos e a banheira a verter mas subsistem a gaveta desaparecida e a torneira a pingar. Ultimamente tenho a sensação de que o tempo me foge ou então sou eu que ando fugida do tempo. Cá por casa continuo com o péssimo hábito de não abrir cartas o que de vez enquanto significa contas em atraso ou noticias tardias. Cá por casa entre livros, filhos e gatos vive-se muito, dorme-se pouco e convive-se ainda menos. Cá por casa soma-se os convites de cafés adiados, jantares prometidos e passeios sonhados. Cá por casa fizemos um break viemos escrever e descansar de um daqueles dias em que mais valia não termos saído de casa.

 

 

Eu? continuo assim muito mãe, muito mulher mas sobretudo Eu mesma.

 

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publicado por Marta às 22:23
Terça-feira , 04 de Janeiro DE 2011

Estranham

Estranham os que percebem que aos quarentamaisum sigo por caminhos diferentes dos que segui até agora. Estranham aqueles que fazem caras de espanto ao perceberem que há uns anos mudei de vida e neste  momento caminho a passos largos para mudança profissional. Interrogam-me aqueles que não entendem que aos quarentamaisum eu queira apenas ir para onde sinto que devo ir, fazer o que sinto que quero fazer mesmo que isso signifique apanhar outro qualquer comboio rumo a um destino para muitos inesperado mas para mim tão desejado. Estranham os que me pensam conhecer mas que afinal não conhecem nada, porque os meus, aqueles que me conhecem em vez de estranhar aplaudem, em vez de interrogar incentivam e em vez de se espantar ajudam.

 

Eu sei, não é muito comum mas eu faço  questão de ser mãe, mulher mas sempre e incondicionalmente Eu Mesma.

 

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publicado por Marta às 23:01

Por Vezes

Por vezes apetece-nos largar o que nos prende, seguir pelo caminho desejado e concretizar o que pretendemos concretizar. Por vezes, não nos apetece esperar nem mais um segundo … porque por vezes o tempo passa demasiado devagar para o que se pretende breve.

publicado por Marta às 18:06

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