Apontamentos de uma vida alterada pelo tempo
Quando recuo no tempo sei que tive sorte em ter infância, em partilhar momentos únicos com pessoas únicas, em ter-me sido ensinado o valor da família e sobretudo o valor de nós próprios. Ao recuar no tempo recordo tradições, recordo histórias que achava que nada significam e que retive até hoje, recordo lengalengas e canções muitas canções.
Ao recuar no tempo recordo os inúmeros animais de estimação que consegui levar para casa, recordo quedas com maiores ou menores consequências, recordo brincadeiras em castelos de verdade onde umas vezes era uma princesa e outras não sei bem o quê. Recordo programas de televisão, os primeiros computadores e as brincadeiras de rua.
Conta-se que não dei muito trabalho, que era gorduchinha e que todos me achavam bonita. E garanto-vos que esta era a mais pura das verdades. Não que os registos fotográficos fossem muitos mas porque os registos de memória dos tios e das tias, dos avós e dos primos assim o confirmam. Que o digam eles e eu sempre que ouço a expressão “estás tão diferente … eras tão bonita quando nasceste”