Quinta-feira , 30 de Setembro DE 2010

Se a minha vida fosse um Livro

De repente pensei que se a minha vida fosse um livro não poderia ter um estilo muito definido. Penso que oscilaria ente o romance e o humor, entre o mistério e um qualquer diário de viagens, entre a bricolage e a psicologia entre o absurdo e o considerado racional. Agora que penso nisso nunca poderia ser um livro de receitas culinárias, a não ser que me decidisse por algo como “o que nunca tentar na cozinha” ou mesmo “tentativas frustradas de um jantar perfeito”.

 

A capa seria branca teria de ser branca. Gosto do preto das palavras numa página em branco. Gosto de sentir que tenho espaço de manobra que posso ocupar este ou aquele espaço sem me sentir sufocada. Nem sei porque me estou a justificar. Gosto de branco e pronto.

 

Por entre palavras poderíamos ler histórias de sucesso e de derrota, ilusões que se transformaram em desilusões e amores que se transformaram em desamores. Entre lágrimas iriam surgir risos que, mais tarde seriam transformados em gargalhadas. Lições mais ou menos aprendidas e acções mais ou menos reflectidas. Certezas de vida opondo-se a incertezas momentâneas. Escolhas erradas e escolhas acertadas. Vida sentida porque só assim faria sentido.

 

Personagens mais ou menos periódicas e outras apenas de momento. Agitações constantes e recuperações de fôlego inconscientes. Palavras como Filhos, mãe, pai, mulher, letras, família, amigos, amores, comida, gatos seriam usadas frequentemente em frases onde existisse preocupação, amor, carinho, vontade e cuidado. Páginas soltas e páginas que ninguém conseguiria arrancar. Páginas lidas e umas que nunca ninguém se atreveu a ler.

 

Páginas em branco e páginas com excesso de letras. Páginas onde o orgulho é evidente e outras onde não nos orgulhamos mas assumimos que estivemos e fizemos. Paginas amarelecidas pelo tempo onde as letras mal se lêem e páginas onde os acontecimentos se encontram tão vincados que serão possíveis de apagar. Erratas aqui e ali. Páginas inacabadas e frases soltas. Frases esborratadas por lágrimas e outras onde foram desenhados sorrisos.

 

Na dedicatória seriam nomeados os que me apoiaram, os que estiveram e que ficaram os que passaram e os que ainda hão-de vir. Seriam igualmente nomeados os que, sobretudo, me ouviram quando eu precisei de falar, os que me ofereceram bilhetes de incentivo para onde eu queria ir e os que nunca duvidaram de que conseguiria chegar. No final gostava de poder escrever que gosto de ser quem sou, de ir para onde vou e de estar onde estou.

 

No final gostava de poder dizer que melhor do que viver é podermos dizer que vivemos sem medo do que os outros possam dizer mas sobretudo, sem medo de nos assumirmos como nós somos. Prefiro que me critiquem pelo que sou do que especulem sobre o que possa ser.

 

Se a minha vida fosse um livro gostaria de algures escrever que vida que tem de ser vivida em segredo, não é vida .

publicado por Marta às 11:57
Quinta-feira , 18 de Março DE 2010

Abri o Livro

Abri o livro da história da minha vida. Recordei infâncias felizes, disparates de crianças, animais de estimação, brincadeiras de princesas, e brincadeiras de um futuro longínquo hoje tão real. Sorri perante as hesitações, as escolhas então consideradas difíceis. Lembrei-me de rostos, equacionei que caminhos tomariam tomado e deixei-me ali ficar a recordar o que um dia fui ou com toda a certeza o que um dia decidi ser.

 

Hesitei perante capítulo onde me perdi em sentimentos ambíguos. Onde o certo e o errado se misturaram numa necessidade premente de sobrevivência. Onde o castelo na areia se desfez perante uma onda de emoções. Não sabia que tinha feito história nessa altura, não sabia sequer que tinha existido nesse momento. Para ser sincera não senti que vivi senti apenas que me perdi em dúvidas, mentiras, certezas e incertezas, dificuldades, dor e dúvidas muitas dúvidas. Houve momentos em que preferia ter um qualquer corrector que apagasse tudo e depois fingia que nada tinha acontecido. Este é o momento em que tenho a certeza de que esse capítulo é igual aos outros anteriores e aos que ainda vou escrever.

 

Avancei para o capítulo do presente e gosto do que leio. Gosto dos planos, das decisões das vontades e sobretudo das verdades. Gosto de poder ser quem sou sem ter de me disfarçar do que querem que seja. Gosto de dizer o que penso sem medo de ser julgada. Gosto de fazer planos sem ser condicionada.

 

Gosto apenas de saber que sou porque um dia decidi ser e estou onde um dia decidi estar.

 

publicado por Marta às 00:01

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